Descobri recentemente que o nome de ums GIFs sofisticados é cinemagraph, pois são feitos com uma técnica um pouco diferente de um GIF normal. Vi alguns trabalhos da fotógrafa Jamie Beck (recomendo muito o seu tumblr) e do tumblr IWDRM, que se apresenta como uma galeria de stills vivos de filmes. Às vezes chega a ser assutador, mas sempre fascinante.
Jamie Beck
O personagem Norman Bates, de Psicose.
Como eles têm muita qualidade de imagem e um senso perfeito de loop, não é tão fácil fazer um desses. Para quem já sabe fazer um GIF animado no Photoshop (com a tela de Animação ativada), é mais fácil. Confesso que fiquei um pouco confusa quando comecei a pesquisar tutoriais, mas com um tempinho de dedicação a coisa fluiu. O mais difícil se torna achar uma situação em que fique legal montar um GIF com essa técnica, algo que fique bem paradinho e com um movimento leve para dar o impacto. Acabei usando meu gato como cobaia e consultei as seguintes fontes:
Se você não tem o Photoshop CS5 32 bits, há como dividir um vídeo em frames por outros programas. Esse link explica como fazer isso em outro programa e no Photoshop e explica como então montar um cinemagraph. Esse tutorial foi a minha base pra aprender o diferencial que essa técnica tem, que é o frame estático e a máscara que vai permitir a animação: http://fernandojbaez.com/cinemagraph-tutorial/
Seguindo esse tutorial, eu tive um pouco de dúvidas quanto a trabalhar com máscaras no Photoshop, então assisti esse vídeo, que é bem sucinto. Ele está em inglês, mas tenho certeza que devem ter outros em português:
E é isso, fiz uma primeira tentativa, mais demorada, e depois mais outra, quem foi o GIF que eu achei mais satisfatório:
Primeira tentativa
Segunda tentativa
É isso, seguindo os passos, sai. Não desista, futuque mesmo, que uma hora sai! Se quiserem me pedir ajuda, é só gritar...
Demorou pra eu me envolver como segundo álbum do Kid Cudi. Não vai ser tanto quanto o primeiro, mas estou gostando muito mais depois de ouvir com mais calma. Kid Cudi faz o estilo "tô errado na vida e não ligo (mentira, eu ligo e sou bastante profundo com as razões que me levam a ser errado na vida)". Recomendo.
Ontem eu fui ver o espetáculo "Beatles num céu de diamantes", e apesar de ter gostado bastante, tanto dos novos arranjos para as músicas quanto da qualidade dos cantores, eu comecei a pensar, ainda no meio do musical, o quão irado seria um musical com músicas do Of Montreal. Eu sei, eu sei, não teria o mesmo apelo. O Of Montreal é uma banda que, mesmo tendo uns bons anos de estrada (uns 15), nunca saiu muito da atmosfera indie. Nos Estados Unidos até que a coisa evoluiu um pouco, e eles foram procurados pelo Outback, que curtiu a música "Wraith Pinned to the Mist (And Other Games)" e fez uma versão dela para uma propagando, muito para a estranheza do seu público (medo de a banda virar mainstream?). Kevin Barnes, líder da banda, alegou que estava num momento muito ruim na vida (deprimido? grogue?) e nem percebeu o que estava fazendo. Mas apesar disso a banda participou de alguns outros comerciais lá fora.
Já aqui eles são bem conhecidos e queridos pelo público alternativo, mas a julgar pela escalação que tiveram no Planeta Terra 2010 - segunda banda a se apresentar no palco principal, ainda de dia, após o fiasquento "Novos Paulistas", um arremedo de vários representantes paulistas da MHB, Música Hipster Brasileira, já viu - vemos aí que a posição deles não deve ser tão valorizada.
Cara de hipster as hell, né? Mas com mais qualidade do que qualquer Empire of Two Door Vampire Cinema
O Of Montreal é, vejamos: uma banda com produção bastante fértil, são 11 álbuns, tirando EPs e covers. Tem um lado experimental muito forte, pode ser progressivo e psicodélico, ou disco, funk, ou pop, ou mais rock, ou britrock, por muitas vezes glam, com músicas estruturadas de modo mais clássico ou completamente variadas . Uma gama muito variada de influências que resultam numa produção igualmente variada. Muitas músicas (e álbuns) recebem nomes altamente esdrúxulos, o que pode assustar a galera que espera algo mais tradicional. Mas às vezes a música de título louco é uma pequena gema superpop. O que mais? As músicas animadas, diferentes e visual louco/ glam atraem um grande público gay. Talvez muito disso vem da persona de Kevin Barnes. Cantor e multi-instrumentista, casado com uma norueguesa e pai de uma menina de uns 10 anos, Kevin é, ao menos no palco (não sei fora dele), uma moça. Pense no Serginho, ex-BBB, para ter uma ideia de sua delicadeza. Figura andrógina, figurino escandaloso, loucuras no palco, nada que seja novidade após David Bowie, mas que ainda funciona pela qualidade da banda e inegável talento de Barnes.
O que me levou à ideia do musical... Muitas das músicas deles são estruturadas com várias vozes, e as mudanças de ritmo remetem diretamente ao universo de musicais. Não precisa ter um plot bem definido (o musical dos Beatles também não tem), ou personagens. Eu sei que a falta de popularidade da banda poderia atrapalhar as vendas, mas imaginem quão legal seria um espetáculo com músicas como:
Coral na veia.
Momento ~cômico~.
Todo mundo canta e dança.
Momento ~romântico~.
Momento profundo e soturno.
Música estalando de nova (vem álbum novo por aí), funkeada e glam.
Outro momento ~cômico~.
Momento ~todos dança funk~.
Coral mais uma vez!
Momento final catártico.
A moral da história é... bem... não usem drogas? Tá, forçada essa, mas até que vale se você pensar que se usar, provavelmente nunca vai conseguir produzir um legado assim. Sério.
E se quiserem ver uma palhinha de como o musical iria ficar, olha o que eu encontrei!!
É tipo isso aí, só que com figurinos mais loucos! (sugiro que vejam até o final)
Agora tá melhor o figurino.
Então, se o Claudio Botelho e Charles Möeller contratam serviço de monitoramento de menções em mídias sociais, espero que eles vejam esse post e se inspirem. Eu não peço nada em troca (OK, talvez um ingresso VIP pra estreia não seja mal, hehe), mas acho que a coisa tem futuro aí. Escutem as músicas com mente aberta!